GUCCI - edição de aniversário
- Dra. Marcella Ribeiro
- 7 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Nas "Pílulas Jurídicas de Fashion Law" de hoje será apresentada a história da icónica marca italiana que completa, no presente ano, 100 (cem) anos de história:
Em 1921, Guccio Gucci era porteiro do Hotel Savoy, em Londres, quando teve a ideia de abrir a sua própria marca de malas de viagens. Ele, então, cria a Gucci, em Florença, na Itália, que nasce como uma fábrica de malas que produz artigos de luxo de couro para viagens e equipamentos equestres.
Em 1933, foi criado o famoso logo do duplo "G" entrelaçado.
Em 1947, foi lançada a icónica bolsa Bamboo Bag, com a alça de bambu japonês e em forma de cela de cavalo.
Em 1953, Aldo, Vasco e Rodolfo Gucci, filhos do fundador, expandem o império familiar pela Itália e para os Estados Unidos (a primeira loja em Nova York é inaugurada). Além disso, no mesmo ano é lançado o mocassim Horsebit Loafer, um novo clássico.
Em 1961, a marca decide nomear a bolsa Hobo em homenagem à Jackie Kennedy (que desfila pelas ruas com ela). Nasce, assim, a The Jackie Bag 1961, uma bolsa em formato de meia lua que se tornou uma das it bags mais desejadas até hoje (inclusive, a marca lançou releituras do modelo).
Em 1993, após a morte de Rodolfo, seu filho Maurizio Gucci arquiteta para tirar o resto da família do negócio e assume o comando da Empresa. Ele, então, vende a marca para um grupo econômico, a Investcorp, encerrando a ligação dos Gucci com a marca. Era o fim de uma era e início de uma nova fase para a grife.
Em 1994, Tom Ford é nomeado diretor criativo da marca, inaugurando uma nova fase que transpira glamour e sexo, com desfiles e imagens de campanhas muito mais ousados. Seu reinado dura até 2004, quando o estilista americano deixa a marca por discordâncias criativas.
Em 1995, Maurizio Gucci é assassinado à mando de sua ex-mulher, Patrizia Reggiani.
Em 2001, o grupo PPR (atual Kering) de Francois-Henri Pinault, compra a totalidade da Gucci após disputas por ações com o grupo rival LVMH.
Em 2004-2014, entre Tom Ford e Michele, a grife teve como estilista Frida Giannini, que colocou a Gucci na TV com a campanha do perfume Gucci by Gucci, dirigida pelo cineasta David Lynch. Em 2008, a Gucci abre a primeira loja própria no Brasil, em São Paulo.
Em 2011, o Gucci Museo foi inaugurado em Florença para celebrar os 90 (noventa) anos da marca e reúne todo o acervo da sua história.
Em 2015, Alessandro Michele é nomeado diretor criativo e inicia uma reinvenção da marca com sua estética de brechó nada antiquada, que vai dos desfiles às lojas. a Gucci se torna um objeto de desejo entre a geração Millennial e chega a crescer 51% (cinquenta e um por cento) atingindo record de vendas.
Em 2017, a marca anuncia a iniciativa de não usar mais peles verdadeiras e promete reduzir o seu impacto ambiental até 2025 com a nova plataforma lançada, a Gucci Equilibrium.
Em 2019, a grife lança sua linha de maquiagem, a Gucci Beauty, e a fragrância unissex, a Mémoir D'une Odeur, correspondendo com a proposta de derrubar o conceito de divisão de gêneros dentro da marca.
Em 2020, através do Instagram do diretor criativo Alessandro Michele,a marca comunica que está abandonado o calendário da moda (sazional), deixando de fazer 05 (cinco) desfiles para fazer apenas 02 (dois) por ano (feminino e masculino juntos), além de deixar de desfilar as pré-coleções. A marca substitui o desfile de Verão/21 pelo Gucci Fest, um festival de filmes digitais, apresentando a nova coleção através de um seriado de 07 (sete) episódios (dirigidos por Gus Van Sant) e transmitidos de forma on-line. A marca foi a primeira a fazer revolução e romper com o calendário sazional da moda, levando as outras marcas para o mesmo caminho, sendo a pioneira nesse sentido.
Em 2021, no ano que a marca completa um século, inova mais uma vez ao lançar a Gucci Circular Line, sua linha de produtos produzidos com materiais reciclados; a collab com a The North Face; bem como a estreia do filme "House of Gucci", em que Lady Gaga e Adam Driver interpretam o casal Patrizia e Maurizio Gucci.
De acordo com o artigo 126 da Lei de Propriedade Industrial, Lei nº 9.279 / 96: "A marca notoriamente conhecida em seu ramo de atividade nos termos do art. 6º bis (I), da Convenção da União de Paris para Proteção da Propriedade Industrial, goza de proteção especial, independentemente de estar previamente depositada ou registrada no Brasil". A Gucci é uma notória e vai muito além de uma simples marca de roupa e artigos de luxo, ela fez e faz, até hoje, história.
Eu mistura a Moda com o Direito; e no aniversário de 100 (cem) anos da marca, não poderia deixar de prestar uma homenagem nas "Pílulas Jurídicas de Fashion Law".
Dra. Marcella Ribeiro




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