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Semana da Moda em Milão

  • Dra. Marcella Ribeiro
  • 20 de mar. de 2022
  • 3 min de leitura

Mais uma Semana de Moda e mais uma crise global horrível (a guerra existente entre a Rússia e Ucrânia). Mas a moda não parou, sempre se reinventando.

Parece que os designers optaram por um reset do conceitual para o real, em um momento que conexão e viabilidade são cruciais para a moda. As pessoas querem se ver nas passarelas, e como este prisma, Milano Fashion Week entregou o espírito do momento!

A estreia de Matthieu Blazy na Bottega Veneta, umas das apresentações mais aguardadas, não quebrou com os códigos anteriores de Daniel Lee, porém apresentou uma interessante inclinação para roupas mais fáceis. O desfile praticamente inteiro transitaria facilmente das passarelas para as ruas, o que mostra um desejo real de apresentar roupas para pessoas, e não para o espetáculo em si. "A ideia era trazer de volta a energia, uma silhueta que realmente expressasse movimento." - diz Matthieu Blazy.

Essa criação de moda para as pessoas transitou além da Bottega: A Prada também conectou a passarela com a rua, partindo de uma simples regata branca ajustada no corpo com uma saia um pouco abaixo do joelho. A coleção mostrou uma silhueta que foi se alimentando de texturas e camadas, em uma mistura de sofisticação e simplicidade (no maior estilo Miuccia), finalizada pelo colares/broches com o logo da marca (versáteis e fáceis de usar com tudo, enaltecendo a moda para as pessoas, moda simples, moda útil). "Você quer viver de novo, se inspirar e aprender com a vida das pessoas." - diz Miuccia Prada.

Donatella Versace tem o pode de elevar tendências de rua para que elas se tornem "itens de desejo Versace". Assim, ela hipnotiza a geração Z com a linguagem que eles reconhecem e posiciona a marca no universo contemporâneo: jeans de cintura baixa, espartilhos, saias e vestidos micro com blazers e jaquetas oversized, além de lingerie e segunda pele acompanhadas de saias mais longas e bem provocativas. "Multiplicidade, progressão e diversidade - exatamente o que eu vejo valorizado pela nova geração." - diz Donatella Versace.

Na Gucci, Alessandro Michele apresenta uma coleção que nos leva a mergulhar em araras de arquivos para termos novas ideias do futuro por meio do passado. A grande novidade do desfile foi a collab com a marca Adidas, em uma extensa coleção com combinações de logos e listas. Ícones do streetwear do agora, as marcas geraram desejo imediato. "As roupas são capazes de refletir nossa imagem em uma dimensão expandida e transfigurada." diz Alessandro Michele.

As saias transparentes ganharam corpo na Fendi por Kim Jones. Sensualidade contida em tons mais suaves e elevada com casacos de pele fake e alfaiataria impecável. "A melhor maneira de explorar os arquivos da Fendi é através dos guarda-roupas da Fendi" - diz Kim Jones.

Dolce & Gabbana, em "Homenagem às memórias" resgatou peças e modelagens icônicas dos arquivos da grife dos anos 90 e 2000, com as micro saias estampadas com fendas e os tops de pedrarias. "Somos lembrados sempre da coleção de 2000. Uma coleção que trouxe de volta a alegria à passarela da época - a mesma alegria que começa a chegar nas lojas e nas ruas." - diz Domenico Dolce.

Milão fechou a temporada de outono/inverno 2022 com Giorgio Armani mostrando a sua coleção em total silêncio, como sinal de respeito pelas pessoas cujas vidas foram afetadas pela guerra na Ucrânia. "Acho que as roupas ficaram ainda mais poderosas com o silêncio." - diz Armani.

O que o Direito tem a ver com essa Semana, com esse universo?

Como dito no começo deste artigo, estamos em meio a uma (outra) crise global e a Moda tem o poder de manifestação e de demonstração da realidade e do que as pessoas esperam transmitir. As pessoas pedem por moda fácil de usar, sem perder a sofisticação. A moda de rua é a manifestação do real, o desejo pelo real.

Mas mesmo sendo real, como ficam os Direitos de Propriedade Intelectual? Pode qualquer outra marca usar uma regata branca com o logo da marca descrito em um triângulo no centro da camiseta, sem gerar concorrência desleal ou se assemelhar a cópia?

Além disso, a conexão da Moda com a nova geração e a situação mundial pela qual estamos passando pode, claramente, traçar um linear com os Direitos Humanos e questões que devem e estão em perfeito alinhamento com o contexto.

A Moda também pode servir de meio de comunicação para Direitos Humanos, como o silêncio de Armani. A Moda pode educar, pode provocar mudanças, é comunicação e, comunicação, enquanto expressão individual ou de grupo, é um Direito Humano: "Liberdade de Expressão - artigo 19 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)."


Dra. Marcella Ribeiro

 
 
 

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